sexta-feira, janeiro 10, 2003

:: Já sei namorar, já sei beijar de língua... ::

Beijo na boca


Beijar é bom demais, não é? Além disso, é o ponto de partida de qualquer relacionamento. O coração dispara, o corpo se aquece, a pressão arterial aumenta. O beijo na boca desperta o corpo. O olhar, o tato, o paladar, o olfato e a audição se intensificam. Por isso, o desejo sexual cresce, aumentando o prazer. Essa eletrização ocorre porque os parceiros se tocam em um ponto extremamente sensível.

Os lábios percebem os toques com a mesma intensidade que a ponta dos dedos. Mas com uma grande vantagem: o apelo erótico. "Os lábios só perdem em sensibilidade para o clitóris e a glande", afirma o sexólogo americano Daniel Stein. Um ingrediente extra favorece o prazer: a fantasia. No imaginário masculino, a boca se assemelha à vulva, o que torna um beijo de língua tremendamente excitante. Para os homens, essa carícia faz lembrar a penetração do pênis na vagina.

E mais, o beijo é visto pelos sexólogos como um dos principais ingredientes da vida afetiva. A falta dele pode ser sinal de afetividade em baixa. "O beijo exige entrosamento, carinho. Se os dois não estão felizes um com o outro, podem até conviver, mas fica ruim se beijar", explica a psicóloga Carla Zeglio, do Instituto Paulista de Sexualidade. "Muitas vezes o casal faz sexo, mas não beija na boca. Falta um sentimento mais forte", conclui.

A questão da afetividade foi levantada pela pesquisadora inglesa Martha Stein, em 1980, ao avaliar o comportamento de 64 prostitutas. Ela assistiu, escondida em quartos de motel, a 1 230 relações sexuais. Na maioria delas não ocorreu beijo na boca, porque as mulheres temiam se apaixonar se fizessem isso.

Quanto mais se beija, mais se quer beijar. Esse é o segredo para quem quer resgatar a prática. "A gente tem de forçar a barra e achar um tempinho para encaixar o beijo na rotina", diz o psicólogo Aílton Amélio. Para despertar o desejo, basta fechar os olhos e relaxar. Uma delícia, não? Então por que deixar para depois? Quer mais um motivo? Além de ser prazeroso, o beijo traz uma série de benefícios físicos e emocionais. O toque ardente dos lábios movimenta 29 músculos, provoca a pressão de até 12 quilos de um rosto contra o outro e eleva os batimentos cardíacos: eles saltam de 70 para 150 batimentos por minuto. Esse bombeamento sanguíneo aumenta a oxigenação das células, estimula as funções circulatórias e diminui a insônia e as dores de cabeça. A cada beijo de língua, trocam-se 250 bactérias junto com a saliva, o corpo queima 12 calorias e a produção de hormônios aumenta. O nível de serotonina, substância química que dá a sensação de euforia e relaxamento, cresce. Por isso, beijar na boca acalma, ajuda a liberar sentimentos reprimidos, reduz o complexo de rejeição e alivia o estresse. Tudo em questão de instantes.

A história do beijo

Acredita-se que o beijo tenha surgido 500 anos antes de Cristo, época em que os amantes começaram a ser retratados nas esculturas e nos murais dos templos de Khajuraho, na Índia.

O naturalista inglês Charles Darwin (1809-1882), em sua teoria da evolução das espécies, afirma que a origem dessa carícia é mais antiga. Segundo ele, trata-se de uma sofisticação das mordidas que os macacos trocavam em seus ritos pré-sexuais.

Há também a tese de que seria uma evolução das lambidas que o homem pré-histórico dava no rosto dos companheiros para suprir a necessidade de sal de seu organismo. Ou um ato de amor das mães na época das cavernas. Sem utensílios para cortar os alimentos, elas mastigavam a comida antes de depositar na boca de seus filhos pequenos. De lá para cá, o beijo na boca ganhou variadas conotações.

Na Idade Média, era visto como uma forma de selar acordos. Com a boca fechada, os homens se beijavam com firmeza. O toque leve demonstrava traição. Com o tempo, foi perdendo a força devido às pestes que dizimavam a população.

Para o austríaco Sigmund Freud (1856-1938), o fundador da Psicanálise, tudo tem a ver com as etapas do desenvolvimento psíquico. Freud começa pelo que chama de "fase oral" - o período, que dura até 1 ano de idade, em que a mãe dá de mamar ao bebê. Nesse período, todas as sensações de gratificação estão associadas à boca. A criança aprende que tocar com os lábios algum objeto macio proporciona uma sensação calmante e agradável. "No beijo, o adulto procura reviver uma experiência prazerosa da primeira infância", explica a psicanalista Anna Verônica Mautner, de São Paulo. "O beijo de língua reproduz a amamentação ao mobilizar o paladar e o olfato e incluir movimentos de sucção", detalha.


E tem gente que não gosta! Eu digo: é bom e eu gosto!!!

:)))

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