tag:blogger.com,1999:blog-31176772024-02-21T05:39:28.237-03:00O Princípio e o Fim"EM BUSCA DOS AMORES POSSÍVEIS"Petrushttp://www.blogger.com/profile/08885701057406527454noreply@blogger.comBlogger802125tag:blogger.com,1999:blog-3117677.post-56694391633136303642009-08-30T22:34:00.001-03:002009-08-30T22:36:23.093-03:00:: 2 x Manuel Bandeira ::<br /><br /><em>Pneumotórax<br /><br />Febre, hemoptise, dispnéia e suores noturnos. <br />A vida inteira que podia ter sido e que não foi. <br />Tosse, tosse, tosse. <br /><br />Mandou chamar o médico: <br />- Diga trinta e três. <br />- Trinta e três... trinta e três... trinta e três... <br />- Respire. <br /><br />- O senhor tem uma escavação no pulmão esquerdo e o pulmão direito infiltrado. <br />- Então, doutor, não é possível tentar o pneumotórax? <br />- Não. A única coisa a fazer é tocar um tango argentino.</em><br /><br />-x-x-x-x-<br /><br /><em>O que não tenho e desejo<br />É que melhor me enriquece.<br />Tive uns dinheiros — perdi-os...<br />Tive amores — esqueci-os.<br />Mas no maior desespero<br />Rezei: ganhei essa prece.<br /><br />Vi terras da minha terra.<br />Por outras terras andei.<br />Mas o que ficou marcado<br />No meu olhar fatigado,<br />Foram terras que inventei.<br /><br />Gosto muito de crianças:<br />Não tive um filho de meu.<br />Um filho!... Não foi de jeito...<br />Mas trago dentro do peito<br />Meu filho que não nasceu.<br /><br />Criou-me, desde eu menino<br />Para arquiteto meu pai.<br />Foi-se-me um dia a saúde...<br />Fiz-me arquiteto? Não pude!<br />Sou poeta menor, perdoai!<br /><br />Não faço versos de guerra.<br />Não faço porque não sei.<br />Mas num torpedo-suicida<br />Darei de bom grado a vida<br />Na luta em que não lutei!</em><br /><br /><strong>:)))</strong>Petrushttp://www.blogger.com/profile/08885701057406527454noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3117677.post-54980497540205859762009-08-06T00:56:00.003-03:002009-08-06T01:01:39.568-03:00<strong>:: Histórias da emigração ::</strong><br /><br />Por José Saramago<br /><br /><em>Que atire a primeira pedra quem nunca teve nódoas de emigração a manchar-lhe a árvore genealógica… Tal como na fábula do lobo mau que acusava o inocente cordeirinho de lhe turvar a água do regato onde ambos bebiam, se tu não emigraste, emigrou o teu pai, e se o teu pai não precisou de mudar de sítio foi porque o teu avô, antes dele, não teve outro remédio que ir, de vida às costas, à procura do pão que a sua terra lhe negava. Muitos portugueses morreram afogados no rio Bidassoa quando, noite escura, tentavam alcançar a nado a margem de lá, onde se dizia que o paraíso de França começava. Centenas de milhares de portugueses tiveram de submeter-se, na chamada culta e civilizada Europa de além-Pirinéus, a condições de trabalho infames e a salários indignos. Os que conseguiram suportar as violências de sempre e as novas privações, os sobreviventes, desorientados no meio de sociedades que os desprezavam e humilhavam, perdidos em línguas que não podiam entender, foram a pouco e pouco construindo, com renúncias e sacrifícios quase heróicos, moeda a moeda, centavo a centavo, o futuro dos seus descendentes. Alguns desses homens, algumas dessas mulheres, não perderam nem querem perder a memória do tempo em que tiveram de padecer todos os vexames do trabalho mal pago e todas as amarguras do isolamento social. Graças lhes sejam dadas por terem sido capazes de preservar o respeito que deviam ao seu passado. Outros muitos, a maioria, cortaram as pontes que os ligavam àquelas horas sombrias, envergonham-se de terem sido ignorantes, pobres, às vezes miseráveis, comportam-se, enfim, como se uma vida decente, para eles, só tivesse começado verdadeiramente no dia felicíssimo em que puderam comprar o seu primeiro automóvel. Esses são os que estarão sempre prontos a tratar com idêntica crueldade e idêntico desprezo os emigrantes que atravessam esse outro Bidassoa, mais largo e mais fundo, que é o Mediterrâneo, onde os afogados abundam e servem de pasto aos peixes, se a maré e o vento não preferiram empurrá-los para a praia, enquanto a guarda civil não aparece para levantar os cadáveres. Os sobreviventes dos novos naufrágios, os que puseram pé em terra e não foram expulsos, terão à sua espera o eterno calvário da exploração, da intolerância, do racismo, do ódio à pele, da suspeita, do rebaixamento moral. Aquele que antes havia sido explorado e perdeu a memória de o ter sido, explorará. Aquele que foi desprezado e finge tê-lo esquecido, refinará o seu próprio desprezar. Aquele a quem ontem rebaixaram, rebaixará hoje com mais rancor. E ei-los, todos juntos, a atirar pedras a quem chega à margem de cá do Bidassoa, como se nunca tivessem eles emigrado, ou os pais, ou os avós, como se nunca tivessem sofrido de fome e de desespero, de angústia e de medo. Em verdade, em verdade vos digo, há certas maneiras de ser feliz que são simplesmente odiosas.</em><br /><br /><strong>:)))</strong>Petrushttp://www.blogger.com/profile/08885701057406527454noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-3117677.post-59926919164139183292009-07-28T15:15:00.001-03:002009-07-28T15:16:24.459-03:00<strong>:: Poesia do dia ::</strong><br /><br />Belo Belo<br />Manuel Bandeira<br /><br /><em>Belo belo belo, <br />Tenho tudo quanto quero. <br /><br />Tenho o fogo de constelações extintas há milênios. <br />E o risco brevíssimo - que foi? passou - de tantas estrelas cadentes. <br /><br />A aurora apaga-se,<br />E eu guardo as mais puras lágrimas da aurora. <br /><br />O dia vem, e dia adentro <br />Continuo a possuir o segredo grande da noite. <br /><br />Belo belo belo,<br />Tenho tudo quanto quero. <br /><br />Não quero o êxtase nem os tormentos.<br />Não quero o que a terra só dá com trabalho. <br /><br />As dádivas dos anjos são inaproveitáveis:<br />Os anjos não compreendem os homens. <br /><br />Não quero amar,<br />Não quero ser amado.<br />Não quero combater,<br />Não quero ser soldado. <br /><br />- Quero a delícia de poder sentir as coisas mais simples.</em><br /><br /><strong>:)))</strong>Petrushttp://www.blogger.com/profile/08885701057406527454noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3117677.post-35244603745137912112009-06-22T21:04:00.001-03:002009-06-22T21:05:42.606-03:00<strong>:: Cultura e Hegemonia – o Cinema e a Construção do Poder Americano ::</strong><br /><br /><em>A hegemonia dos EUA nos campos da política, da economia, das finanças, das armas e da informação consolidou o poder americano no pós-1945. O cinema nascido na França no final do século XIX adquire sua máxima expressão ao longo do século XX nos EUA como indústria do entretenimento. Partindo da idéia de uma economia política da cultura, o objetivo deste trabalho é problematizar o cinema como indústria cultural, como instrumento de propaganda e formador de mentalidades, como lugar de memória e como forma de contar e recontar a história. A hipótese deste trabalho é que o poder global americano passa necessariamente pela cultura, na qual o cinema americano atua como um instrumento de poder. Assim, fazendo uma análise específica de filmes em que se produz uma imagem romântica da presidência americana, este trabalho visa destacar elementos desse mecanismo, assim como a diferença entre a manifestação do poder na cultura e a cultura como forma de poder.</em><br /><br />E lá vamos nós!!!<br /><br /><strong>:)))</strong>Petrushttp://www.blogger.com/profile/08885701057406527454noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-3117677.post-32339724720710989142009-05-03T22:46:00.002-03:002009-05-03T23:15:00.625-03:00<strong>:: Ashes of Time Redux ::</strong><br /><br /><center><img src="http://images.fandango.com/r80.9.3/ImageRenderer/375/375/nox.jpg/73984/images/masterrepository/tms/73984/70730_aa.jpg" border="0" /></center><br /><br />Trata-se de um típico filme de Wong Kar-wai. Nesse sentido, é inegável que o diretor também seja um autor, com uma assinatura própria. A forma e o conteúdo de outros filmes também estão aqui, como o tom confessional dos personagens, o tratamento peculiar das cores e a não-linearidade da narrativa. Talvez esta seja sua única experiência nos tradicionais "filmes de espadachim", a China mítica habitada por homens e mulheres semi-deuses capazes de enfrentar solitariamente exércitos inteiros, mas totalmente ineptos para encarar sua própria solidão.<br /><br />O filme é dividido em várias histórias que se entrelaçam, tendo como principal elo de ligação um ex-espadachim que ganha a vida como intermediário entre guerreiros desempregados e aqueles que precisam de seus serviços. Em cada história, os personagens surgem e desaparecem, mas sem deixar de revelar seus segredos e suas angústias. Mas há uma alternativa, o esquecimento, simbolizado no filme por um vinho mágico. Ainda que exista uma marcação do tempo baseada na passagem das estações, não há uma linearidade, pois os personagens estão sempre recordando suas vidas e as cenas evocam o passado.<br /><br />Wong Kar-wai parece acreditar que os homens (ou seriam os chineses?) estão fadados a serem perseguidos por seu passado, o amor impossível ou não realizado sendo constantemente relembrado, sem que os homens se transformem por conta de suas novas vivências e suas lembranças sejam resignificadas. O diretor tampouco segue o princípio de que para viver também é preciso esquecer. Daí seus heróis e heroínas se entregarem tão abertamente ao desejo de morte, levando suas vidas no fio da navalha, solitariamente. Não temem nenhuma dor, pois não há dor mais implacável do que aquela que já existe em seus corações.<br /><br />É um bom filme! Vale uma conferida!<br /><br /><strong>:)))</strong>Petrushttp://www.blogger.com/profile/08885701057406527454noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3117677.post-25827803646977295332009-05-03T01:50:00.004-03:002009-05-03T02:00:46.685-03:00<strong>:: Outros Romeus e Julietas ::</strong><br /><br /><center><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgi612Fc9mt83AmAx0-NheVkxqXZAN6WeXElOVqoPGGSZxnc0b2gWmnnYnbZe17aS5-xij8H7nvrNDKOyzsUBMsuqmDbpKg2PQlhgvp97i5zAls-PDyuwmW4rmKkxB21-9H3NJ0/s1600/Corto-e-Pandora.jpg" border="0" /></center><br /><br /><em>Corto Maltese anda pelo tórrido deserto norte-africano com seu amigo Cush, o cushita, e explica:<br /><br />“…tem de ser na primeira quinta-feira da Lua. Compras um lenço azul, de comprimento médio em nome da mulher que amas… Faze-lhe um nó, dizendo o versículo 5 da Surata 30, dito 'dos Venezianos' ou, se preferes, 'dos Bizantinos'…”<br /><br />“…Mas não dás o nó antes de ter recitado todo o versículo… Depois atas o lenço ao teu braço esquerdo, e com esse braço acaricias a mulher que amas e… Tudo correrá bem.”<br /><br />“E se ela não quer que eu a acaricie?”, pergunta Cush.<br /><br />Responde o marinheiro: “Então mudas de mulher… Há tantas…”</em><br /><br /><strong>(Hugo Pratt – AS ETIÓPICAS)<br /><br />:)))</strong>Petrushttp://www.blogger.com/profile/08885701057406527454noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3117677.post-72002154836407287902009-04-26T23:36:00.003-03:002009-04-26T23:44:26.661-03:00<strong>:: Lápide ::</strong><br /><br /><em>Tenho olhos que me cegam,<br />mãos que me pregam,<br />roupas sufocantes,<br />dedos que não tocam,<br />amigos que não vejo,<br />paixões que a alma não comporta.<br />Quem dera ser firme a porta...</em><br /><br /><strong>por Elaine Pauvolid<br />(extraído do livro <em>Rios</em>)</strong><br /><br /><strong>:)))</strong>Petrushttp://www.blogger.com/profile/08885701057406527454noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-3117677.post-86116753377283470602009-03-07T11:58:00.003-02:002009-03-20T20:18:33.417-03:00<strong>:: Abraçando o palhaço - Carnaval 2009 ::</strong><br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgs8OqxCSZRtb_W0WBt4PnCCJReKprVcxGFb7TtaWiPPvNTULqDBtgdNON5Cae9oor7s27-d-uGAiUO42p125K2ce4fpB2tDPHueHg0SNsxcSAwt1BSkAbxtD0OuiKZQT0kiRgC/s1600-h/Carnaval+2009+10.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 240px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgs8OqxCSZRtb_W0WBt4PnCCJReKprVcxGFb7TtaWiPPvNTULqDBtgdNON5Cae9oor7s27-d-uGAiUO42p125K2ce4fpB2tDPHueHg0SNsxcSAwt1BSkAbxtD0OuiKZQT0kiRgC/s320/Carnaval+2009+10.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5310446197369519906" /></a><br />Quem me conhece, certamente, ficará surpreso com essa revelação. Essa imagem vale por qualquer post enorme que possa tentar escrever. Sim, eu curti muito esse carnaval. Confesso que há muito tempo não me divertia assim, assumindo de fato que gosto do movimento, da bagunça, das marchinhas, das pessoas que aparecem, das amizades e amores que surgem tão rapidamente. Fico impressionado em como o Rio de Janeiro se transforma. Prefiro falar do lado bom, não é novidade pra ninguém os perrengues que enfrentamos nessa época. Mas, quando termina, nada fica como antes.<br /><br />(Continua)<br /><br /><b>:)))</b>Petrushttp://www.blogger.com/profile/08885701057406527454noreply@blogger.com11tag:blogger.com,1999:blog-3117677.post-52448592322661495612009-02-04T00:07:00.003-02:002009-02-04T00:16:29.836-02:00<strong>:: Futebol e samba, alegrias do povo ::</strong><br /><br />Adoro futebol e, mais recentemente, estou redescobrindo o samba.<br />No final do ano passado, assisti na ESPN o programa Pontapé Inicial especial, com uma coletânea dos melhores momentos do ano. Não pude deixar de notar a relação especial, o namoro entre essas duas artes. José Trajano, jornalista das antigas e um especialista da história da nossa música, comanda o programa com a desenvoltura de quem é apaixonado pelo que faz. Nesse especial, merece destaque as entrevistas com craques como Jair Rodrigues, Guinga, Miéle e Chico Anysio.<br />Foi simplesmente hilário quando Jair Rodrigues contou que, em uma turnê por Portugal, foi efusivamente parabenizado pelos portugueses por ter sido considerado o melhor jogador da Copa do Mundo de 1970. "Muito melhor que Tostão e Pelé", disse-lhe o gajo, que o confundiu com Jairzinho, o "Furacão". Foi difícil para Jair Rodrigues segurar o riso. Ou ainda uma das inúmeras histórias de Chico Anysio, o maior vira-casaca do Rio de Janeiro. Confessou que uma das suas grandes paixões era o futebol de botão e que nunca esqueceria uma partida contra o seu xará, Chico Buarque. Descreveu que esse gostava de jogar conduzindo a bola, aos pouquinhos, procurando a melhor posição de tiro. Já ele próprio gostava de chutar de onde estivesse, sem firulas. A partida terminou empatada, 2 x 2, sem que ficasse provada a superioridade de um estilo sobre o outro. Um detalhe curioso: o juiz da partida foi Vinícius de Moraes, que não entendia patavinas de futebol! Em compensação, sabia tudo de whisky e não deixou os copos vazios!<br />Futebol e samba: eis um casamento que jamais terminará em divórcio!<br /><br /><strong>:)))</strong>Petrushttp://www.blogger.com/profile/08885701057406527454noreply@blogger.com14tag:blogger.com,1999:blog-3117677.post-72769666632211061202009-01-09T21:43:00.002-02:002009-01-09T21:46:19.429-02:00<b>:: O Leopardo ::</b><br /><br /><i>Ó estrela,<br />ó fiel estrela,<br />quando se decidirá por um encontro menos efêmero,<br />longe de tudo,<br />na sua própria região de perene certeza?</i><br /><br /><b>:)))</b>Petrushttp://www.blogger.com/profile/08885701057406527454noreply@blogger.com11tag:blogger.com,1999:blog-3117677.post-78704257588854650502008-12-28T20:50:00.003-02:002008-12-29T00:45:42.447-02:00<strong>:: Palavras que o vento não leva ::</strong><br /><br /><em>"Você entende que é muito difícil racionalizar? Aceitar as impossibilidades? Admitir que não é o momento e seguir em frente? Talvez seja preciso mais coragem para viver a realidade do que se entregar ao sonho e à fantasia! E talvez eu não tenha essa coragem! Por outro lado, sou como todo mundo! Também posso sonhar, me confundir e cometer enganos, como qualquer pessoa! Será que eu preciso necessariamente fazer um exame de consciência?"</em><br /><br />Palavras são perigosas. Algumas deveriam ser trancadas em um cofre, preso a uma âncora e jogado em uma fossa abissal.<br /><br />Subo uma montanha, procuro por uma árvore e faço nela um buraco. Então, deixo ali todos os meus segredos e fecho o buraco.<br /><br />Mas os segredos são como os desejos: nunca terminam!<br /><br /><b>:)))</b>Petrushttp://www.blogger.com/profile/08885701057406527454noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3117677.post-77859678066612853082008-12-24T13:50:00.004-02:002008-12-27T01:51:34.280-02:00<b>:: Surpresas que a poeira revela (parte 1) ::</b><br /><br />Datas são referências artificiais. A própria idéia de marco é relativa, exatamente por ser simbólica, artificial e arbitrária. Fazem parte do nosso imaginário, escondendo propósitos, cada vez mais identificados com o consumismo desenfreado. Mesmo assim, o fim-de-ano inspira em todos nós uma vontade de renovação. Males do capitalismo, sob o disfarçe do sentido de paz e fraternidade. Mas é contagioso, tenho que admitir.<br /><br />Inspiração que me leva a arrumar papéis, textos e livros de faculdade, e arrumá-los em estantes já entupidas segundo uma lógica que somente eu consigo entender. E digo a mim mesmo "É pra aliviar a claustrofobia". Quando me dou conta, a caixa de Pandora está aberta: sacolas espalhadas há séculos sendo reviradas, fotos e postais de viagens sendo redescobertos, uma camisa em alemão cujas inscrições me parecem incompreensíveis agora, zilhões de ácaros, fungos e outros seres microscópicos viajando pelas minhas narinas, o que me faz espirrar a cada dois segundos!<br /><br />De repente, eis que descubro um toblerone, gigante, novinho em folha! Como isso é possível? Sim, dentro dos restos de viagens pretéritas, algo inteiramente inesperado! Caramba, ainda estará na validade? Prefiro não saber! Devoro aquela felicidade em forma de barra!<br /><br />Ah, sinto-me bem melhor!<br /><br />Pensando bem, isso não é triste?<br /><br />(Continua)<br /><br /><b>:)))</b>Petrushttp://www.blogger.com/profile/08885701057406527454noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3117677.post-3299101343482290362008-12-16T22:43:00.002-02:002008-12-16T23:20:02.665-02:00<b>:: Eu, eu mesmo e todos nós ::</b><br /><br />Estou cansado de pragmatismo. Essa palavra lembra o pé-no-chão, a vida como ela é. O pragmatismo é a vitória do medo e a morte do sonho. E, sem sonho, não há futuro.<br /><br />Estou aprendendo a tomar gosto pela incerteza. Ser vários e nenhum, questionar as regras, algumas que nem nos damos conta. Aceitar a metaformose, desejá-la, pois em time que está ganhando se mexe sim.<br /><br />Já faz tempo, as lembranças não me dizem exatamente quando aconteceu. Mas a memória é seletiva, daí lembro com uma nitidez impressionante de tudo aquilo que me emociona. Marie, a filha de cinco anos de meus amigos Led e Anne, me pediu em casamento. Engasguei. Led ficou mudo. Anne quebrou o silêncio e perguntou por que ela queria se casar comigo. E ela disse, sem titubear: "Ué, a gente casa com quem a gente gosta". <br /><br />Foi a mais linda declaração de amor que já ouvi!<br /><br /><b>:)))</b>Petrushttp://www.blogger.com/profile/08885701057406527454noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-3117677.post-68870486430175331552008-08-10T11:36:00.004-03:002008-08-10T12:05:48.530-03:00<strong>:: Y Todo a Media Luz ::</strong><br /><br /><center><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgiQ00X-3BKmOa88-PyP2nJQheW7bJBON2Cn1JK2x2xVAGRaKtn-WWlnl9uiZNFGgCAMZRHhyphenhyphenYRxeoNlMYxFEpzVTQduRyopB27VqYx6pvERszo1XVcidzHQXCs9Q3o7vVJs1r1bA/s400/T1.jpg" border="0" /><br /><br /><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgEiY7tcdGzKUcRZLvPzxkFZR4x8FGzQ8xw6z84fEjGVYSK93MVYiV1lHHrMpzXbxdFy-MkdaB6w7otfGey-RGjjRWEgNnRHeIwYs6chWCvTYCWSXjJIdLEjy8QGS1HVLbq8RG5Zg/s400/T2.jpg" border="0" /><br /><br /><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbMRRFlg-4LuLCzEQ7SG7Uf5EowTtOnUAssyJHf_3ckxVd_48xoE_Te8xxp2PBxoBH8YmEDDmYgtRU_Mcv5d_vIMM6eyy83G6R-qNvbriXi36mqF_3ZAm-fZEcjAvWhVz0N1cz4w/s400/T3.jpg" border="0" /><br /><br /><strong>Hugo Pratt - <em>Corto Maltese na Sibéria</em></strong><br /><br /><em>«A palavra “tango” nasceu antes da dança em questão. No século passado, falava-se e escrevia-se sobre o tango de três maneiras diferentes: como de uma dança de escravos negros, também chamada tambo, pois era acompanhada pelo ritmo de um tambor; o tango espanhol andaluz que se encontra nas zarzuelas (operetas ou comédias musicais como “A Revoltosa” e “La Verbena de La Paloma”, por exemplo) e, por fim, o tango do Rio de La Plata, em 1890. As primeiras expressões musicais do tango nasceram também da habanera cubana e da milonga crioula (Gabino Ebeiza e Santillan). Uma outra influência advém da forte presença da nova vaga de imigração italiana que, superada a recusa xenófoba, acabou por se fundir com o elemento indígena crioulo, dando vida a uma nova cultura musical urbana, a cançoneta italiana. Falou-se também da java musette francesa, mas não se sabe ao certo.»</em><br /><br /><strong>Hugo Pratt</strong><br /><br /><em><strong>"Uma nota musical vestida de veludo e cetim vermelho"</strong></em><br /><br /><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjefFQraGPb5A4PiNMhcqyGSw5NXAIG6oq4ACi6ogwe9pATalSItVeyTDoM5gPmUMEZXoV4NX_cP_rTGKl5hdDG_p0j7WEFwwy4crVQHMi2h_HXZ7oQRRpQyAO9U8f-SO9ws4S5GQ/s400/tango.jpg" border="0" /><br /><br /><strong>Hugo Pratt - <em>Corto Maltese, Tango</em></strong><br /><br />Publicado pela primeira vez com o título "Y Todo a Media Luz".</center><br /><br /><strong>:)))</strong>Petrushttp://www.blogger.com/profile/08885701057406527454noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-3117677.post-66849066056762184242008-07-15T00:18:00.002-03:002008-07-15T00:30:01.384-03:00<strong>:: Da série "Histórias do IFCS" ::</strong><br /><br />Na quinta, fiz a última prova do semestre. Com certeza, foi a matéria mais trabalhosa do período. Além de um trabalho do tipo “Deus e sua obra” (total de seis questões e tínhamos que entregar todas as seis, senão babau), a tal prova durou quatro horas! Na última questão, faltando uma hora pra acabar, eu tinha que falar de um texto do Ciro Flamarion Cardoso! Bom, lá fui eu escrever a “bendita” questão! Acabei quase uma hora depois, era o último ainda na sala! Resolvi dar uma rápida conferida pra ver se estava tudo bem! Pra quê? Descobri que, nas quinze referências que eu fazia ao texto, chamava o autor simplesmente de “Ciro”! Pensei comigo mesmo: “Ciro”??? Ah, claro, “Ciro”, grande “Ciro”, meu amigão, meu chapa, meu camarada, meu brother!!! Dei de ombros e disse: Quer saber? Que se f...<br /><br /><strong>:)))</strong>Petrushttp://www.blogger.com/profile/08885701057406527454noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3117677.post-45549372497033314582008-07-05T20:20:00.003-03:002008-07-05T20:24:28.655-03:00<b>:: Da série "Em 2008" ::</b><br /><br /><center><img src="http://www.adorocinema.com/filmes/batman-cavaleiro-das-trevas/batman-cavaleiro-das-trevas-poster01.jpg" border="0"></center><br /><br /><b>:)))</b>Petrushttp://www.blogger.com/profile/08885701057406527454noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-3117677.post-52142071059709179392008-06-30T01:05:00.004-03:002008-06-30T01:18:36.658-03:00<strong>:: Cidade Mafiosa ::</strong><br /><br />Por Rodrigo Pimentel, roteirista do filme "Tropa de elite" e ex-capitão do Bope.<br /><br /><em>"Na cidade mafiosa, jornalistas são barbaramente torturados por integrantes de milícia no mesmo mês em que uma bomba é lançada contra uma delegacia de polícia em uma típica ação terrorista. Em ambos os crimes, as investigações chegam à Assembléia Legislativa. No primeiro caso, um dos acusados de comandar a sessão de espancamento, segundo a própria polícia, seria integrante do gabinete do vice-presidente da casa; no segundo caso o mandante seria um deputado do partido do atual prefeito.<br /><br />Na cidade mafiosa, a Polícia Civil, agora despolitizada, descobre que na casa onde 50% dos representantes respondem a processos criminais que vão de homicídios até formação de quadrilha, se conectam os crimes praticados nas ruas.<br /><br />Nessa mesma cidade, 40 deputados, agora jurisconsultos, contrariando parecer dos procuradores federais, alegando inconstitucionalidade da prisão, resolvem soltar o ex-chefe de polícia e colega deputado.<br /><br />Deputados, ingênuos ou mesmos coniventes, entendem que imunidade parlamentar não se aplica apenas a crimes de opinião, típica do mandato, mas à formação de quadrilha armada e ao enriquecimento ilícito.<br /><br />De repente, em uma tarde comum na cidade mafiosa, um deputado do partido do governo vai ao plenário defender as milícias. Ora, afinal, é a mesma cidade em que concessões de linhas de ônibus municipais não são licitadas há 30 anos, facilitando o surgimento de transportes ilegais, principal fonte de renda das milícias.<br /><br />Na cidade mafiosa, aos olhos de todos, policiais militares em motocicletas abordam e extorquem motoristas com IPVA atrasado, após consultar as placas, não nos rádios da corporação mas em aparelhos Nextel.<br /><br />Na cidade mafiosa, um grupo abnegado e corajoso de delegados, procuradores e jornalistas tenta, timidamente, há mais de seis anos, através de colunas, denúncias e pronunciamentos, acordar seus companheiros para a grande organização criminosa que surge no Estado.<br /><br />Nessa cidade, a Polícia Federal prendeu mais policiais civis e militares que as corregedorias destas duas polícias juntas. É mesma cidade em que a Polícia Federal também prendeu seus integrantes e indiciou delegados e agentes. Nessa cidade, agora também, a Polícia Civil prende e indicia vereadores e deputados, algo até então inimaginável na cidade mafiosa.<br /><br />Os ingênuos deputados não acordaram que a premissa básica para existência do crime organizado é a simbiose com o poder estatal e isso já foi alcançado não pelo tráfico de drogas, mas pelos caças-níqueis, pelas milícias, pelas vans piratas e pela máfia dos combustíveis - aliás muito em breve os deputados estarão votando também pela liberdade de colegas representantes destas máfias.<br /><br />Na cidade mafiosa, o secretário de Segurança Pública, o primeiro nos últimos dez anos com credibilidade necessária para estar à frente da função, continua insistindo nas ações de enfrentamento para desestabilizar o tráfico e apreender armas. Cada vez mais mortes nas favelas não traduzem tranqüilidade ou paz, nem para os moradores dos morros, nem aos moradores do asfalto.<br /><br />Em breve perceberá o secretário de Segurança Pública que, na cidade mafiosa, as ações nas casas legislativas são mais urgentes, eficazes e necessárias que as operações nas favelas.<br /><br />Por último, na cidade mafiosa, um senador, candidato a prefeito, determina que o Exército ocupe uma favela contrariando diretrizes do comando da força e violando a Constituição Federal."</em><br /><br />Palavras de quem conhece o assunto por dentro. De fato, trata-se de um raio-X exemplar da cidade do Rio de Janeiro.<br /><br /><strong>:(((</strong>Petrushttp://www.blogger.com/profile/08885701057406527454noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3117677.post-24623372908897502642008-06-24T23:22:00.001-03:002008-06-24T23:22:28.792-03:00<strong>:: Da nova série "Coisas que até Deus duvida" ::</strong><br /><br />Anúncio na imprensa em 1864, feito por um fazendeiro de Irajá, freguesia rural do Rio de Janeiro:<br /><br /><em>"Queremos alugar até 200 escravos de mais de 10 anos para emprego na cultura do algodão, perto da Corte e num lugar muito salubre (...) <strong>asseguramos aos escravos o melhor tratamento e a seus senhores as melhores garantias."</em></strong><br /><br />Fonte: Jornal do Commércio, Rio de Janeiro, de 01.08.1864, página 3<br /><br /><strong>:)))</strong>Petrushttp://www.blogger.com/profile/08885701057406527454noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3117677.post-35039534779463970232008-06-08T21:52:00.001-03:002008-06-08T21:53:56.714-03:00<strong>:: Frase do dia ::<br /><br /><em>"O brasileiro não tem medo do fim do mundo. Tem medo é do amanhã.”</strong><br />Jean Delumeau, historiador francês, autor de "A História do Medo no Ocidente"</em><br /><br /><strong>:)))</strong>Petrushttp://www.blogger.com/profile/08885701057406527454noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-3117677.post-17017192872828437972008-06-03T12:26:00.003-03:002008-06-03T12:48:30.594-03:00<strong>:: Música do dia ::<br /><br /><em>Quizás, Quizás, Quizás<br />Autor: Osvaldo Farrés</strong><br /><br />Siempre que te pregunto<br />que cuándo, cómo y dónde,<br />tú siempre me respondes:<br /><br />quizás, quizás, quizás.<br /><br />Y así pasan los días<br />y yo desesperando<br />y tú, tú constestando:<br /><br />quizás, quizás, quizás.<br /><br />Estás perdiendo el tiempo<br />pensando, pensando<br />por lo que más tú quieras<br />¿hasta cuándo, hasta cuándo?<br /><br />Y así pasan los días<br />y yo desesperando<br />y tú, tú contestando:<br /><br />quizás, quizás, quizás.</em><br /><br /><strong>:)))</strong>Petrushttp://www.blogger.com/profile/08885701057406527454noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3117677.post-50506253180371281642008-05-28T23:32:00.004-03:002008-05-28T23:50:14.740-03:00<strong>:: Da série "Em 2008" ::</strong><br /><br />40 anos da edição do AI-5.<br />40 anos da Ofensiva do Tet.<br />40 anos da Primavera de Praga.<br />40 anos de Maio de 1968 na França.<br />40 anos da morte do estudante Edson Luiz.<br />40 anos do assassinato de Robert Kennedy.<br />40 anos do assassinato de Martin Luther King.<br />40 anos da passeata dos 100 mil na Cinelândia.<br />(...)<br />50 anos da 1ª Copa do Mundo do Brasil.<br />60 anos da criação do Estado de Israel.<br />100 anos da imigração japonesa ao Brasil.<br />120 anos da abolição da escravidão no Brasil.<br />200 anos da chegada da família real portuguesa.<br />(...)<br />36 anos de vida do Pedro Nogueira da Gama...<br /><br />Ôpa!!!<br /><br />Direto do túnel do tempo!!!<br /><br />Alguém lembra de mais alguma coisa???<br /><br /><strong>:)))</strong>Petrushttp://www.blogger.com/profile/08885701057406527454noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-3117677.post-70802189137179809192008-05-08T22:31:00.002-03:002008-05-08T22:35:32.566-03:00<strong>:: Da série "Pedros Históricos" ::<br /><br /><em>Pedro Pedreiro</strong><br />Chico Buarque - 1965<br /><br />Pedro pedreiro penseiro esperando o trem<br />Manhã, parece, carece de esperar também<br />Para o bem de quem tem bem<br />De quem não tem vintém<br />Pedro pedreiro fica assim pensando<br />Assim pensando o tempo passa<br />E a gente vai ficando pra trás<br />Esperando, esperando, esperando<br />Esperando o sol<br />Esperando o trem<br />Esperando o aumento<br />Desde o ano passado<br />Para o mês que vem<br /><br />Pedro pedreiro penseiro esperando o trem<br />Manhã, parece, carece de esperar também<br />Para o bem de quem tem bem<br />De quem não tem vintém<br />Pedro pedreiro espera o carnaval<br />E a sorte grande do bilhete pela federal<br />Todo mês<br />Esperando, esperando, esperando<br />Esperando o sol<br />Esperando o trem<br />Esperando o aumento<br />Para o mês que vem<br />Esperando a festa<br />Esperando a sorte<br />E a mulher de Pedro<br />Está esperando um filho<br />Pra esperar também<br /><br />Pedro pedreiro penseiro esperando o trem<br />Manhã, parece, carece de esperar também<br />Para o bem de quem tem bem<br />De quem não tem vintém<br />Pedro pedreiro está esperando a morte<br />Ou esperando o dia de voltar pro norte<br />Pedro não sabe mas talvez no fundo<br />Espera alguma coisa coisa mais linda que o mundo<br />Maior do que o mar<br />Mas pra que sonhar<br />Se dá o desespero de esperar demais<br />Pedro pedreiro quer voltar atrás<br />Quer ser pedreiro pobre e nada mais<br />Sem ficar esperando, esperando, esperando<br />Esperando o sol<br />Esperando o trem<br />Esperando o aumento para o mês que vem<br />Esperando um filho pra esperar também,<br />Esperando a festa<br />Esperando a sorte<br />Esperando a morte<br />Esperando o norte<br />Esperando o dia de esperar ninguém<br />Esperando enfim nada mais além<br />Da esperança aflita, bendita, infinita<br />Do apito do trem<br /><br />Pedro pedreiro pedreiro esperando<br />Pedro pedreiro pedreiro esperando<br />Pedro pedreiro pedreiro esperando o trem<br />Que já vem, que já vem, que já vem (etc.)</em><br /><br /><strong>:)))</strong>Petrushttp://www.blogger.com/profile/08885701057406527454noreply@blogger.com12tag:blogger.com,1999:blog-3117677.post-76542943063066226942008-05-01T12:20:00.002-03:002008-05-01T12:29:05.390-03:00<strong>:: Da série "Pedros Históricos" ::</strong><br /><br /><em>"Em fevereiro de 1876, (a condessa de Barral) já voltara à França. Foi nesse ano que d. Pedro lhe mandou mais cartas. Chegaram até nós 63, mais de uma por semana. Elas começaram antes da partida do imperador para sua segunda viagem. Algumas são inequívocas quanto à natureza da relação entre os dois. A de 23 de fevereiro, por exemplo, diz, referindo-se a Petrópolis: "[...] olho sempre com imensas saudades para os quartinhos do anexo do hotel Leuenroth". O tratamento e a assinatura tornaram-se mais íntimos. Em vez de condessa, agora é "você", d. Pedro passou a ser apenas "Seu P.". Esse foi, no entanto, o limite da informalidade. A elegância do filho não lhe permitia recorrer a algo parecido com o "seu demonão" que o pai usava na correspondência com a marquesa de Santos."</em><br /><br />Extraído de "Perfis brasileiros - D. Pedro II"<br />por José Murilo de Carvalho<br /><br /><strong>:)))</strong>Petrushttp://www.blogger.com/profile/08885701057406527454noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-3117677.post-34029802367101672122008-04-26T13:54:00.002-03:002008-04-26T13:59:22.728-03:00<strong>:: Frase do dia ::</strong><br /><br /><em>"Tornaram-se meus inimigos: os que pervertem, os que entristecem, os que enfraquecem, os retrógrados, os lerdos e os farsantes. Desprezo tudo o que diminui o homem: tudo o que tende a torná-lo menos sábio, menos confiante ou menos alerta. Pois não aceito que a sabedoria esteja sempre acompanhada de lentidão e de desconfiança. É também por isso que creio, freqüentemente, haver mais sabedoria na criança do que no velho."</em><br />André Gide<br /><br /><strong>:)))</strong>Petrushttp://www.blogger.com/profile/08885701057406527454noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-3117677.post-26996489857419215792008-04-17T23:10:00.001-03:002008-04-17T23:25:17.960-03:00<strong>:: Poesia do dia ::</strong><br /><br /><em>HAJA LUZ!<br />Vladimir Maiakóvski <br /><br />Brilhar pra sempre<br />Brilhar como um farol<br />Brilhar com um brilho eterno.<br />Gente é pra brilhar<br />Que tudo o mais vá pro inferno<br />Este é o meu slogan<br />E o do Sol.</em><br /><br /><strong>:)))</strong>Petrushttp://www.blogger.com/profile/08885701057406527454noreply@blogger.com8