:: Ashes of Time Redux ::
Trata-se de um típico filme de Wong Kar-wai. Nesse sentido, é inegável que o diretor também seja um autor, com uma assinatura própria. A forma e o conteúdo de outros filmes também estão aqui, como o tom confessional dos personagens, o tratamento peculiar das cores e a não-linearidade da narrativa. Talvez esta seja sua única experiência nos tradicionais "filmes de espadachim", a China mítica habitada por homens e mulheres semi-deuses capazes de enfrentar solitariamente exércitos inteiros, mas totalmente ineptos para encarar sua própria solidão.
O filme é dividido em várias histórias que se entrelaçam, tendo como principal elo de ligação um ex-espadachim que ganha a vida como intermediário entre guerreiros desempregados e aqueles que precisam de seus serviços. Em cada história, os personagens surgem e desaparecem, mas sem deixar de revelar seus segredos e suas angústias. Mas há uma alternativa, o esquecimento, simbolizado no filme por um vinho mágico. Ainda que exista uma marcação do tempo baseada na passagem das estações, não há uma linearidade, pois os personagens estão sempre recordando suas vidas e as cenas evocam o passado.
Wong Kar-wai parece acreditar que os homens (ou seriam os chineses?) estão fadados a serem perseguidos por seu passado, o amor impossível ou não realizado sendo constantemente relembrado, sem que os homens se transformem por conta de suas novas vivências e suas lembranças sejam resignificadas. O diretor tampouco segue o princípio de que para viver também é preciso esquecer. Daí seus heróis e heroínas se entregarem tão abertamente ao desejo de morte, levando suas vidas no fio da navalha, solitariamente. Não temem nenhuma dor, pois não há dor mais implacável do que aquela que já existe em seus corações.
É um bom filme! Vale uma conferida!
:)))
Trata-se de um típico filme de Wong Kar-wai. Nesse sentido, é inegável que o diretor também seja um autor, com uma assinatura própria. A forma e o conteúdo de outros filmes também estão aqui, como o tom confessional dos personagens, o tratamento peculiar das cores e a não-linearidade da narrativa. Talvez esta seja sua única experiência nos tradicionais "filmes de espadachim", a China mítica habitada por homens e mulheres semi-deuses capazes de enfrentar solitariamente exércitos inteiros, mas totalmente ineptos para encarar sua própria solidão.
O filme é dividido em várias histórias que se entrelaçam, tendo como principal elo de ligação um ex-espadachim que ganha a vida como intermediário entre guerreiros desempregados e aqueles que precisam de seus serviços. Em cada história, os personagens surgem e desaparecem, mas sem deixar de revelar seus segredos e suas angústias. Mas há uma alternativa, o esquecimento, simbolizado no filme por um vinho mágico. Ainda que exista uma marcação do tempo baseada na passagem das estações, não há uma linearidade, pois os personagens estão sempre recordando suas vidas e as cenas evocam o passado.
Wong Kar-wai parece acreditar que os homens (ou seriam os chineses?) estão fadados a serem perseguidos por seu passado, o amor impossível ou não realizado sendo constantemente relembrado, sem que os homens se transformem por conta de suas novas vivências e suas lembranças sejam resignificadas. O diretor tampouco segue o princípio de que para viver também é preciso esquecer. Daí seus heróis e heroínas se entregarem tão abertamente ao desejo de morte, levando suas vidas no fio da navalha, solitariamente. Não temem nenhuma dor, pois não há dor mais implacável do que aquela que já existe em seus corações.
É um bom filme! Vale uma conferida!
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