:: Surpresas que a poeira revela (parte 1) ::
Datas são referências artificiais. A própria idéia de marco é relativa, exatamente por ser simbólica, artificial e arbitrária. Fazem parte do nosso imaginário, escondendo propósitos, cada vez mais identificados com o consumismo desenfreado. Mesmo assim, o fim-de-ano inspira em todos nós uma vontade de renovação. Males do capitalismo, sob o disfarçe do sentido de paz e fraternidade. Mas é contagioso, tenho que admitir.
Inspiração que me leva a arrumar papéis, textos e livros de faculdade, e arrumá-los em estantes já entupidas segundo uma lógica que somente eu consigo entender. E digo a mim mesmo "É pra aliviar a claustrofobia". Quando me dou conta, a caixa de Pandora está aberta: sacolas espalhadas há séculos sendo reviradas, fotos e postais de viagens sendo redescobertos, uma camisa em alemão cujas inscrições me parecem incompreensíveis agora, zilhões de ácaros, fungos e outros seres microscópicos viajando pelas minhas narinas, o que me faz espirrar a cada dois segundos!
De repente, eis que descubro um toblerone, gigante, novinho em folha! Como isso é possível? Sim, dentro dos restos de viagens pretéritas, algo inteiramente inesperado! Caramba, ainda estará na validade? Prefiro não saber! Devoro aquela felicidade em forma de barra!
Ah, sinto-me bem melhor!
Pensando bem, isso não é triste?
(Continua)
:)))
Datas são referências artificiais. A própria idéia de marco é relativa, exatamente por ser simbólica, artificial e arbitrária. Fazem parte do nosso imaginário, escondendo propósitos, cada vez mais identificados com o consumismo desenfreado. Mesmo assim, o fim-de-ano inspira em todos nós uma vontade de renovação. Males do capitalismo, sob o disfarçe do sentido de paz e fraternidade. Mas é contagioso, tenho que admitir.
Inspiração que me leva a arrumar papéis, textos e livros de faculdade, e arrumá-los em estantes já entupidas segundo uma lógica que somente eu consigo entender. E digo a mim mesmo "É pra aliviar a claustrofobia". Quando me dou conta, a caixa de Pandora está aberta: sacolas espalhadas há séculos sendo reviradas, fotos e postais de viagens sendo redescobertos, uma camisa em alemão cujas inscrições me parecem incompreensíveis agora, zilhões de ácaros, fungos e outros seres microscópicos viajando pelas minhas narinas, o que me faz espirrar a cada dois segundos!
De repente, eis que descubro um toblerone, gigante, novinho em folha! Como isso é possível? Sim, dentro dos restos de viagens pretéritas, algo inteiramente inesperado! Caramba, ainda estará na validade? Prefiro não saber! Devoro aquela felicidade em forma de barra!
Ah, sinto-me bem melhor!
Pensando bem, isso não é triste?
(Continua)
:)))
2 Comentários:
Senão vejamos:
Você afirma, na primeira linha do post:
"Datas são construções aleatórias do nosso imaginário";
Na décima-sétima, sobre o Toblerone, você se pergunta:
"Caramba, ainda estará na validade?"
Posto que a validade de um produto é expressa na forma de data e, segundo você mesmo, datas são construções aleatórias do nosso imaginário, conclui-se que a validade do Toblerone é uma construção aleatória do seu imaginário.
Entretanto, qualquer produto comestível sai de fábrica com uma validade.
Sendo, pois, a validade uma construção aleatória do seu imaginário e dado que qualquer produto sai de fábrica com validade, o Toblerone pode ser considerado veículo de uma construção do seu imaginário. Assim, surgem duas hipóteses:
1) O Toblerone é o seu cérebro. Se você o comeu, deveria estar em estado vegetativo, agora; e
2) O Toblerone em si é um produto da sua imaginação.
A hipótese 1) está descartada, uma vez que você escreveu esse post depois do evento. Logo...
O Toblerone não existe, e você não comeu nada. É... isso é meio triste, você tem razão.
Cara, como você é chato!
:)))
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